Mês de Junho- Mês Salvatoriano.
A Paróquia Imaculada Conceição e a Paróquia Bom Jesus dos Aflitos são paróquias da Congregação Salvatoriana e todos os meses de junho fazendo memória ao seu fundador, Padre Jordan.
Hoje temos como representantes da Família Salvatoriana na Paróquia Imaculada Conceição nosso pároco, Padre João Tryboba e o Padre Mauri como vigário.
Vamos agora conhecer um pouco da história da Congregação Salvatoriana e de seu fundador, Padre Jordan?
Padre Jordan
A Família Salvatoriana foi fundada por Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan. Nasceu aos 16 de junho de 1848, em Gurtweil, Baden, no sul da Alemanha. Foi batizado um dia após seu nascimento, aos 17 de junho, com o nome de João Batista. Seus pais, Lourenço e Notburga Peter Jordan, tiveram três filhos: Martinho, João Batista e Eduardo.
Família
Sua família é pobre e simples. O pai, sem formação profissional, trabalhava num restaurante onde, entre outros, cuida dos cavalos dos hóspedes. A mãe trabalha no mesmo restaurante, como faxineira.
Infância
Quando João Batista tem sete anos de idade, o pai sofre um acidente de trabalho (coice de cavalo), que o deixa inválido. Faleceu oito anos mais tarde, quando João Batista completava 15 anos de idade. Por isso, Jordan, aos 14 anos de idade, ao concluir o Primário, tem que suspender os estudos.
De temperamento sanguíneo, João Batista é um tanto travesso, líder de traquinagens. Muitas vezes deixa de ir à aula para ir pescar, a fim de ter algo a mais na mesa, em casa. Tem muito gosto pelo desenho. Possui qualidades e dons artísticos. Mesmo não estudando muito, costuma ser o primeiro aluno da classe.
Iniciação cristã
No dia de sua Primeira Comunhão, aos 07 de abril de 1861, uma profunda experiência interior veio mudar o rumo de sua vida. Após a Missa, o pároco lhe chamou a atenção por causa do comportamento estranho na hora da comunhão. Ao que Jordan respondeu tranquilamente: ’’Não tive culpa, pois, sobre minha cabeça pairava uma pomba branca que, então, voou para o céu’’. Mais tarde ele mesmo reconheceu: ’’Após a primeira comunhão e a morte do pai, senti-me como que transformado… Até aos 12 anos eu era leviano. A partir de então fiquei bem diferente’’.
Não obstante a pobreza da família, Jordan brilha por seu espírito de iniciativa e por sua grande vitalidade. Aos 12 anos assume a condução de sua vida e faz o seu próprio caminho. Cada domingo participa da celebração eucarística. Busca, com freqüência, o sacramento da reconciliação e a orientação espiritual. Gosta de ficar a sós com Deus, no silêncio da mata, Aprofunda-se na vida espiritual, principalmente na vida dos Santos.
Encaminhamento profissional
Com a morte do pai, sua família, que já era pobre, fica reduzida à miséria extrema. Emprega-se, então, na construção de estrada de ferro e drenagem de rio (1862-1864). Assim, ele vai se familiarizando com a luta pela vida, a cruz e o sofrimento, desenvolvendo o espírito de responsabilidade e perseverança nas dificuldades.
Dois anos mais tarde, ele inicia sua formação profissional. Surge-lhe a oportunidade de fazer um curso de pintor-decorador. Após dois anos de formação profissional, obtém o certificado de pintor-decorador e consegue trabalho com autônomo (1864-1869), perambulando por diversas cidades da Alemanha.
Vocação ao sacerdócio
A experiência profissional desperta em João Batista a sensibilidade diante da realidade sofrida do povo, e o confirma na vocação ao sacerdócio. Como pintor viandante, se dá conta de sua capacidade para línguas. Ele escreve um Diário em 14 línguas!
Decide-se a retomar os estudos. Mas não é possível, por já ter atingido 21 anos de idade. Contudo, com a ajuda de dois padres da Paróquia, consegue fazer o supletivo do curso ginasial. Em Constança, duas senhoras lhe financiam os estudos e, em 4 anos, consegue concluir o segundo grau. Como estudante, curte a fome. Duas famílias partilham com ele a mesa: um dia numa casa, outro dia noutra.
Com 26 anos de idade, inicia os estudos universitários, em Constança (Alemanha). E, aos 21 de junho de 1878, se realiza seu grande sonho: é ordenado padre. E, no dia 25 de julho, em Döttingen, na Suíça, celebra sua primeira Missa, já que não pode fazê-lo na Alemanha, devido à Revolução Cultural (¨Kulturkampf¨). Ainda apela mesma razão, não pode exercer o sacerdócio na Alemanha. Por isso se dedica ao estudo de línguas orientais, em Roma.
A força de um sonho
Homem de fé profunda, visivelmente marcado pela experiência de Deus, Pe. Jordan escreve em seu Diário: ¨Contempla tudo à luz da fé. Todo o teu pensar e agir seja motivado neste sentido. O justo vive da fé¨. A partir dessa dupla experiência de Deus e da realidade humana, ele intui a necessidade de uma missão especial na Igreja.
Discernimento da vontade de Deus
Já nos últimos anos de estudo, em Constança, vai se firmando nele a ideia de fundar uma Sociedade Apostólica. Não deixa de ser uma ideia estranha para um jovem com menos de 30 anos de idade. Ele tenta deixá-la de lado, mas não consegue.
De janeiro a agosto de 1880, empreende uma viagem ao Oriente Médio, passando pelo Egito, Palestina e Líbano, Esta viagem à Terra Santa, sobretudo as longas horas de oração em Jerusalém, confirmam sua vocação. Ali se decide pela fundação da ¨Sociedade Apostólica Instrutiva¨. Pede o parecer de diversos bispos. No dia 06 de setembro de 1880, de volta em Roma, recebe a bênção do Papa Leão XIII para sua obra.
A hora da decisão
Pe. Jordan está convencido de que, com a instrução, revitalização da fé, formação dos cristãos leigos e seu envolvimento como apóstolos de sua fé, será possível transformar as relações humanas. Pretende suscitar nos leigos um forte zelo apostólico-missionário, oferecendo-lhes as condições necessárias para atuarem, como apóstolos ardorosos, em seu ambiente social e cultural. Sente ainda necessidade de incrementar o espírito missionário, unindo as forças ativas da Igreja, para uma evangelização mais eficaz.
Pe. Jordan faleceu em Tafers, na Suíça, no dia 08 de setembro de 1918, certo de que outros viriam e continuariam sua obra.
Pe. Arno Boesing SDS
